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A verdade sobre as rações livres de grãos

Como se não bastasse a enorme variedade de alimentos secos para cães e gatos, alguns fabricantes introduziram o conceito de “rações livres de grãos”. 

Para saber se é apenas mais um modismo, ou se realmente faz algum sentido adotar este tipo de alimento na rotina de seus pets, é necessário separar o mito da realidade.

 

O apelo de um produto supostamente mais saudável 

O mercado de alimentos para animais é bastante competitivo e está em crescimento. Empresas buscam diferenciais competitivos em seus produtos e tudo indica que este seja mais um exemplo deste movimento.

A ração livre de grãos é oferecida ao consumidor com uma proposta de um produto saudável, natural e que estaria mais adequado aos cães, afinal, cães são animais carnívoros.

Características negativas atribuídas aos grãos são frequentemente associadas como o fato de serem transgênicos, conterem glúten e estarem associados a alergias.

Há controvérsias. De fato, os cães domésticos evoluíram a partir dos lobos, que possuíam características genéticas diferentes no que diz respeito à digestão de carboidratos. Contudo, este processo de adaptação começou há cerca de 10.000 anos, e hoje em dia, tanto cães quanto gatos domésticos estão bem adaptados para extrair energia de carboidratos, que é o nutriente presente em grande quantidade na maioria dos grãos.

Segundo Dra. Zara Boland, nutricionista canina e fundadora do Vet Voice, ao contrário da opinião popular, há também uma incidência muito baixa de alergias de fato atribuídas aos grãos ou glúten. 

 

Por que os grãos são usados em alimentos para cães?

Grãos como o milho e o trigo são os mais usados e constituem uma excelente fonte de energia, vitaminas, minerais e fibras. Além da questão nutricional, eles ajudam a secar os alimentos para animais de estimação a manter sua forma e crocância. Ultimamente fabricantes têm utilizado os chamados “grãos novos”, como a cevada, aveia e centeio.

Os cães são onívoros, ou seja, são capazes de obter suas necessidades nutricionais a partir de ingredientes como carne ou vegetais. Os gatos são classificados biologicamente como carnívoros, mas isso não significa que devem ser alimentados apenas com carne.

 

Como surgiu a ideia de não usar grãos na fabricação de rações?

O grande “recall” de alimentos para animais de companhia que ocorreu nos Estados Unidos, em 2007, abriu caminho para o aumento do interesse por novidades no setor, tanto por parte dos tutores, quando por parte da indústria. Nesta ocasião, a empresa canadense Menu Foods, a maior fabricante de rações da América do Norte, retirou 60 milhões de enlatados para animais do mercado. 

O motivo foi a morte de 16 animais (oficialmente confirmadas) com falência renal e hepática, atribuídas à contaminação por melamina, substância encontrada em lotes de trigo importados da China. A melamina é um composto orgânico utilizado na indústria plástica e descrito também como subproduto de vários pesticidas. 

Outro fator que tem contribuído para este movimento chamado “grains free” é o fenômeno identificado como Pet Humanisation (Humanização dos Pets). Em recente trabalho publicado no Journal of Dairy & veterinary Sciences, pesquisadores da Nova Zelândia estabelecem um paralelo entre este fenômeno e as alterações no comportamento de compra de alimentos para animais de estimação.

 

A nutrição acima de qualquer modismo

O aspecto mais importante de um alimento para animais de estimação é a composição nutricional. A ciência possui, há décadas, mecanismos que permitem identificar com precisão as quantidades necessárias de proteína, energia, cálcio, fósforo, macro e micronutrientes. 

As fábricas de ração usam softwares capazes de formular rações específicas para cada situação, considerando estágio de vida, porte, nível de atividade e situações específicas como diabetes, insuficiência renal, entre outras. 

Em resumo, para garantir uma nutrição completa e equilibrada, evitar excessos ou deficiências, basta seguir as recomendações nutricionais do veterinário. O uso de alimentadores automáticos permite alcançar um nível ainda maior de precisão, com indiscutível praticidade!

 

 

Veja mais…

Purina UK. Your questions matter. Do pets need or benefit from eating grains?

Alimentação natural para cães e gatos. – SAAD, Flávia Maria de Oliveira Borges; FRANCA, Janine. R. Bras. Zootec.,  Viçosa ,  v. 39, supl. spe, p. 52-59,  July  2010.

Pet Humanisation: What is it and Does it Influence Purchasing Behaviour?

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