Blog Nuter

Aspectos da adoção responsável de animais de estimação

O Brasil se estabeleceu entre os cinco principais mercados globais considerando vendas de produtos para animais de estimação. O aumento da população de cães, gatos e aves é um dos fatores-chave por trás desse crescimento.

Infelizmente o nível conscientização das pessoas não cresce no mesmo ritmo. Muitos destes animais acabam sendo abandonados por seus tutores e resgatados por pessoas e entidades sensibilizadas com o problema do abandono.

O desafio para as pessoas que cuidam de animais resgatados é enorme. Muitas vezes sem recursos suficientes, os abrigos contam com uma legião de voluntários, dispostos a reverter a situação de desamparo e encontrar um lar onde eles possam ter uma vida melhor.

Além dos cuidados de saúde, como vacinação, vermifugação e tratamento de doenças, os veterinários realizam a castração de machos e fêmeas com o objetivo de reduzir a população de animais nestas condições.

 

O desafio de alimentar animais em abrigos

Muitos abrigos chegam a manter dezenas e até centenas de animais por vários dias, e neste contexto, a alimentação é tão importante quanto o prazo em que os animais permanecem nos abrigos antes de serem adotados. Esta é uma das tarefas mais delicadas do processo, pois é determinante para a manutenção da saúde e por isso exige atenção permanente dos tratadores. Além disso, constitui parte significativa dos custos, podendo representar mais de 50% das despesas.

Felizmente estes abrigos contam com um aliado de peso: a tecnologia. Com o uso de alimentadores automatizados, os gestores conseguem reduzir significativamente os custos com a contratação de funcionários. Uma única pessoa pode monitorar vários animais alimentados por comedouros automáticos. Além disso, as quantidades podem ser controladas, aumentando a eficiência na nutrição e evitando desperdícios.

 

Razão, emoção e as responsabilidades do processo de adoção

Ao adotar ou comprar um animal, muitas vezes deixamos a razão de lado e decidimos com base na emoção. As famílias estão diminuindo e os cães são procurados para suprir a afetividade. Estudos recentes mostram que a experiência do convívio com animais de estimação, pode ajudar as pessoas a amenizar a dor das perdas e até mesmo auxiliam a termos uma vida mais leve, menos estressante e com maior aconchego.

É comum ouvirmos relatos de pessoas que afirmam que seu cão percebe quando ele não está bem, e se comporta como se tentasse confortá-lo. São evidências de que animais são sencientes, ou seja, possuem a capacidade de sentir sensações e sentimentos de forma consciente.

Pesquisadores da Universidade Federal de Goiás fizeram um estudo com o objetivo de analisar a situação dos animais adotados por a uma ONG fluminense. Neste estudo identificou-se pontos interessantes e que revelam o perfil dos adotantes. Apesar dos pesquisadores identificarem que na maioria dos casos o sentimento que motivou a adoção foi a pena, a preferência foi por animais mais jovens, mostrando claramente que os animais mais velhos têm menor capacidade de despertar este sentimento nas pessoas.

Segundo os pesquisadores “Foram encontradas situações que desviam da guarda responsável, como o predomínio de animais com acesso livre às ruas, predomínio da deficiência no acompanhamento veterinário preventivo e ausência de dispositivo de identificação permanente”. E apesar deste ponto ser considerado negativo no processo, o estudo conclui que a estratégia da adoção se mostra eficiente para o controle populacional de cães de rua.

Outra característica interessante identificada pelos pesquisadores, foi o fato de que a maioria dos adotantes procuraram animais sem raça definida. Ou seja, quem adota não se importa com a raça, mas sim em ajudar aqueles animais que necessitam de um lar onde possam receber carinho e amor.

 

Os conceitos básicos que cercam a adoção responsável

Para o leitor que mantém o desejo de adotar, sugiro uma reflexão sobre algumas dicas que considero importantes e decisivas para que a história tenha um final feliz:

  1. Procurar saber sobre a procedência do animal a ser adotado. Animais abandonados apresentarão características e necessidades diferentes daqueles que foram entregues a um lar provisório por seus antigos tutores.
  2. Identificar se ele possui vacinação e castração.
  3. Deixar ciente todos os integrantes da sua família que irá ter um animal adotado, para não gerar conflito.
  4. Providenciar um ambiente adequado para receber o animal.
  5. Esteja ciente de suas responsabilidades. Você deverá alimentá-lo, cuidar da saúde física e mental e sempre recolher as fezes, principalmente nos passeios em locais públicos.
  6. Por fim, e não menos importante, avaliar os gastos com alimentação, visitas periódicas ao veterinário e compra de medicamentos. Lembre-se de que os valores são proporcionais ao tamanho do animal adulto.

O abandono ocorre quando os conceitos básicos que cercam a adoção responsável são deixados de lado. Ao adotar ou comprar um animal, é necessário agir de maneira consciente e responsável.  Animais de companhia proporcionam conforto emocional e nos retribuem com muito carinho e amor, um sentimento recíproco e gratificante para nossas vidas.

 

Veja mais…

MOUTINHO, Flavio Fernando Batista; SERRA, Cathia Maria Barrientosand  VALENTE, Luiza Carneiro Mareti. SITUAÇÃO PÓS-ADOÇÃO DOS ANIMAIS ADOTADOS JUNTO A UMA ONG DE PROTEÇÃO ANIMAL NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO. Ciênc. anim. bras. [online]. 2019

Mantenha-se atualizado

Receba novidades exclusivas e em primeira mão. Inscreva-se em nossa newsletter

Procurando por
algum assunto?

Destaque Nuter

Acompanhe-nos nas redes sociais!

Leia mais:

× Podemos ajudar?